Decidi cumprir o meu isolamento profilático fora da cidade, numa casa que me viu crescer e é habitada pelos meus pais. Estou consciente do privilégio que é poder fazer esta escolha, mas a decisão de me fixar na Caparica resultou sobretudo de não ter uma única varanda em Lisboa, e de na Caparica ter uma mata e um enquadramento natural que permite que os passatempos não digitais se multipliquem, o que é crítico nos dias que correm.
Não me arrependo da minha decisão, porém o facto de estar fora de Lisboa impede-me de surfar a onda da reinvenção dos restaurantes, e da sua adaptação ao take-away ou entrega ao domicilio. Em tempos que não este, a decisão de visitar um restaurante poderia advir de uma conjugação de factores, como a conveniência da localização, a facilidade/possibilidade de reserva, ou até o custo de uma refeição completa. Todavia, agora, com tantos restaurantes a aderir às alternativas que restam, podemos facilmente dar o passo em frente e encomendar uma refeição daquele restaurante que andávamos a namoriscar faz meses.
Finda esta curta reflexão, o que quero verdadeiramente partilhar prende-se com a celebração de mais uma primavera da minha mãe. Foi um aniversário diferente dos demais, embora não tenhamos por hábito festejar de forma exuberante. Apesar do meu pai não ser muito fã, a minha mãe estava com desejos de Sushi, pelo que tratei de averiguar quais seriam as melhores opções na margem sul.
Após eleger o meu top 3 regional, optei pelo Soul Sushi. Os pratos pedidos foram o Tártaro de 3 peixes, o Hot Soul Maki e o Combinado Sushi to Sashimi com 20 peças. O veredicto final foi claro: até o meu pai gostou. E, porque a vida é feita de coincidências, no dia seguinte recebi uma notificação do Google Photos a informar de um par de fotos que havia tirado há precisamente dois anos: fotos de um jantar com sushi e alma!
Porque não há aniversário sem bolo, até mesmo nesse particular a escolha foi minuciosa. Não sei se o nome Joana Reymão Nogueira vos é familiar, mas a minha história com esta marca já vem de há uns anos a esta parte. Em 2014, trabalhava eu numa consultora informática que tinha por hábito enviar um bolo de aniversário para o projecto onde cada colaborador aniversariante estivesse inserido. Ainda éramos cerca de 15, o que significava mais de 1 bolo por mês. O bolo era invariavelmente da Joana Reymão Nogueira. Uma chatice, mas das boas, dado que portefólio é bastante variado, e qualidade muito acima da média.
Já deixei a empresa há uns anos, pelo que aguardava nova oportunidade para degustar estes fantásticos bolos. Liguei e fiquei a saber que nesta fase não estão a fazer entregas na margem sul, mas que uma pastelaria - La Bombonera - comercializava os produtos na zona. Embalado pelo desejo de comer e de surpreender a minha mãe, encomendei o bestseller Merengada de Amêndoa e Noz, com doce de ovos moles. Simplesmente maravilhoso, mesmo no 2º dia.
E assim se marcou a data, acompanhada por óptima comida e meia família à distância.
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