De repente bateu a saudade de ir a um bar onde a música tem personalidade, é levada a sério e conjugada com bebidas de autor num espaço intimista. O Static perfilou-se como opção preferencial, satisfazendo todos esses critérios. Mais perto da data, devido ao aumento dos contágios para níveis alarmantes, e sendo a minha amiga vegetariana, pensámos em comer e beber no mesmo sitio e abordei o Static nas redes com o propósito de saber se teriam pratos vegetarianos. Perante um "sim" contundente, marcámos lugar na zona de comer enquanto piscávamos os olhos os seus atractivos cocktails.
À chegada ao Esqina Cosmopolitan Lodge, hotel na Rua da Madalena onde se insere o Static, notámos que este bar de vinis apresenta um design capaz de deixar qualquer um boquiaberto, com paredes verde pinho a contrastar com um vemelho intenso, onde se consegue um misto de ambiente intimista e deslumbrante.
Na hora de escolher o cocktail, fizemos saber à nossa anfitriã em que zona da linha amargo/doce cada um de nós se situa. Ela a jogar no doce, eu num equilíbrio que se tiver de pender para algum lado, que seja para o ligeiramente adocicado. Seguindo essa lógica, e ao ritmo de um bom hip-hop, o meu match foi o Notorious F.I.G: mezcal, rum preto, absinto e figo (restando no fim, depois de tudo beber, um pequeno figo embebido em álcool). Excelente cocktail, matou a saudade e é a prova que os cocktails de autor são mesmo recomendáveis no Static. À minha amiga Raquel foi recomendado o Pink a Butterfly, com gin, pimenta rosa, toranja, chá azul e clara de ovo.
Ambos muito apelativos visualmente e com o sabor do nosso agrado, acompanharam as nossas comezanas.
Começámos por dividir uns pimentos padron bem servidos e picantes, que nos anunciaram que também a comida é tratada com mimo e requinte no Static.
A partir daí, cada um seguiu a sua religião, ou seja, eu pedi um frango frito com creme fraiche, ovas de peixe e nori ao passo que a Raquel se deixou encantar por um Bao de cogumelos shitake. Em tempos como estes a partilha não é tão recomendável, pelo que cada um comeu o seu.
Como já chegámos tarde, beneficiámos da bondade do staff para pedir a sobremesa, uma vez que teoricamente a cozinha já teria fechado há um par de minutos. Isso deu-nos a oportunidade de provar o Banana Split com gelado de côco, caramelo salgado e amendoim. Não é um doce que nos enche de culpa, e a variedade de sabores não tão doces assim marcou em beleza o final da refeição.
Devido aos horários restritos dos dias de hoje, não sobrou tempo para desfrutar do bar onde a programação musical é sempre preenchida e criteriosa.
Gostámos muito e queremos voltar a este lugar que emana arte, seja para uma bebida no bar ou para comer novamente.
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