Nos meus primeiros tempos de foodie já tinha ido ao Pigmeu, quando o conceito girava, sobretudo, em torno das sandes. Recordo-me de ter lá comido uma óptima Sandes de Cachaço. Apesar de ser Pigmeu, nunca me esqueci dele e soube que o conceito foi evoluindo, tornando a Sandes numa opção ao nível de outras. Esta fase de maturação do Porco - perdão, do Pigmeu - é caracterizada essencialmente pelo aproveitamento máximo do bichano proveniente do Alentejo: um porco preto criado ao ar livre, nascido e crescido no nessa região.
Após ter alcançado o milagre do estacionamento no xadrez de Campo de Ourique, entrámos no Pigmeu. Logo demos conta que o espaço havia também evoluído desde então, embora mantendo um ambiente rústico e familiar. Mas há coisas que nunca mudam, porque continua a haver #detudoumporco e porque #vaidarporcaria. No fundo, uma excelente comunicação.
Depois de uma semana intensa, atirámo-nos sem hesitações a um pão com patê de porco caseiro. O pão era simples, deixando o patê brilhar. As tostas, essas brilhavam sozinhas.
Os pastéis de massa tenra eram escassos, portanto apressámo-nos a pedi-los. Despedaçámos o coração do porquinho, não por sermos insensíveis, mas por serem irresistíveis e feitos com esta parte do seu corpo.
Enquanto escolhíamos as restantes opções, ela perguntou-me "queres couve, coração?" ao qual respondi um peremptório "sim". Uma bela opção apimentada e tostada num molho de banha e pimentos, que tinha tanto de rico quanto de suculento.
Os croquetes fizeram jus ao resto da refeição. O toque de mostarda foi o apontamento certo para estarem perfeitos. O "recheio" dos croquetes varia consoante o que se aproveita do porco nesse dia. Desta vez, eram de bochecha - sorte a nossa, não foram nada porcos connosco.
O último prato que pedimos foi, então, o pica-pau de tubarão - e não se deixem enganar: são os túbaros do porco. A Marta não gostou - queixou-se da textura e não se conseguiu abstrair do contexto. Bem sei que há quem visite o Pigmeu precisamente por este prato, mas não fiquei rendido. Não por não ser bom, mas porque o sabor não me conquistou e acho que dificilmente poderia ser melhor. Pena, porque tive de comer a parte da Marta.
Este restaurante fica bacon tudo, e prova disso é Pudim do Abade do chef Miguel Oliveira, que faz uma curtíssima travessia de 50 metros até ao Pigmeu. Como não poderia deixar de ser, traz uma delicada fatia de toucinho que compõe o ramalhete.
No fim de contas, fomos com os porcos (cá dentro) e gostámos da visita.
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