Os encontros para jantar entre mim e o Diogo, já são considerados uma tradição – sempre que podemos, lá vamos nós experimentar coisas novas enquanto colocamos a conversa em dia. Desta vez, o convite não era apenas para jantar – incluía um review para o seu blog.
Sem nenhum restaurante debaixo de olho, pedi ao Diogo uma shortlist com alguns restaurantes que ele quisesse experimentar e tenho de dizer que assim que vi o “Dom Queijo” na lista, nem me dei ao trabalho de pesquisar mais. “Dom Queijo” diz tudo: do latim dominus, em português senhor, dono ou mestre do queijo. O que é que uma fã incondicional de queijos pode querer mais?
Assim que entrámos no espaço, reparei logo na decoração. Com paredes e chão em madeira recheado de mesas altas e com uma cozinha aberta separada por um balcão com queijos em exposição, o restaurante transmite uma sensação de comodidade. Não é um restaurante grande, pelo contrário, o que se torna fantástico quando o nosso objectivo é desfrutar da refeição sem muita confusão. Confesso que ia entusiasmada mas com algum receio porque apesar de gostar de queijo, há sempre uma grande probabilidade de enjoarmos com algum sabor mais forte, portanto quando me sentei fiquei deserta de ler a ementa.
A ementa estava dividida em “couverts”, “entradas”, “pratos” e “sobremesas” com cerca de duas opções de escolha em cada um - o que pode ser pouco para quem gosta de variedade mas bom para quem é indeciso (foi o nosso caso). Acabámos por optar pelo menu de degustação a conselho do dono da casa. Sim, leram bem, o Dom Queijo tem uma única pessoa a servir, cujo é o dono e aqui dou a pontuação máxima. Não por ser o dono mas por explicar cada prato com todos os pormenores, pela simpatia, preocupação, cuidado e sobretudo pela paixão pelo que faz. Sempre atento a todas as mesas, dirige-se a cada uma delas conversando com os clientes tornando-os confortáveis e conhecedores da sua história. Acabámos por decidir pelo menu de degustação composto por couverts, entrada do dia, prato do dia e uma sobremesa à escolha. A carta dos vinhos vem originalmente numa garrafa de vinho, como se fosse o seu rótulo – enganando os menos atentos, não é Diogo? Apesar da elegância do espaço, optei por um refrigerante e o Diogo por uma cerveja – talvez o vinho fique para uma próxima.
Os couverts chegam à nossa mesa com um aspecto espectacular digno de mil e uma fotografias. Grissinos caseiros estaladiços para molhar no azeite, duas fatias de queijos diferentes e pães de queijo… A minha perdição! Confesso que os pães de queijo levaram a melhor. Com queijo e chouriço, crocantes por fora e derretidos por dentro, foram sem dúvida a melhor forma de começar a refeição.
Seguiu-se uma sopa de creme de pêra e aipo com rúcula selvagem, nozes caramelizadas e pedaços de queijo roquefort. Mais uma vez, com um aspeto delicioso! Com sabor a queijo roquefort, a textura era suave com um pouco de crocante das nozes, o que tornou a experiência mais interessante. Este é daqueles pratos muito bem pensados, uma vez que o sabor do queijo era de tal maneira forte que um pouco a mais e ficaríamos enjoados no entanto, o creme foi servido na quantidade perfeita para a experiência ser positiva.
Chegou a hora do prato do dia: peito de frango recheado com feta, ricota e espinafres, risotto de cogumelos shitake e telha de bacon caramelizado. Uma explosão de sabores que combinam extremamente bem e que deixam qualquer amante de queijo, apaixonado. Vou-vos contar um segredo, a cada garfada que eu dava, a minha cabeça balançava num movimento afirmativo. Não conseguia fazer mais nada. Foi comer, saborear e balançar a cabeça num “sim” entusiástico e surpreendido.
Terminámos a experiência com duas sobremesas, tiramissú e cheesecake. Não sou grande apreciadora de cheesecake e talvez por isso o sabor tenha sido uma surpresa para mim. O cheesecake veio dividido numa tábua, de um lado a bolacha desfeita, no meio o “cheese” e do outro lado os morangos em pedaços. O objetivo era em cada garfada, tirar um pouco de cada e desfrutar do sabor. Surpreendentemente bom, tenho a dizer. Com um sabor muito claro a queijo, sem ficar estranho por ser uma sobremesa. Quanto ao tiramissú, foi realmente a única coisa que não me agradou, por ter um sabor muito intenso.
Como podem perceber, foi uma noite repleta de sabores conhecidos mas que conjugados tornam um simples jantar de amigos numa experiência a repetir.
Resta-me agradecer ao Dom Queijo por ter trazido a Lisboa esta experiência gastronómica e ao Diogo, por me apresentar e acompanhar nestas aventuras do paladar!
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