Já aconteceu a todos nós, quanto mais não seja no nosso jantar de aniversário: ter a responsabilidade de encetar uma busca ao restaurante perfeito para um jantar de grupo. É uma tarefa aparentemente simples que pode resvalar para uma complexidade e stress inesperados.
Ainda são os alguns os factores a ter em conta, mas um bom ponto de partida é ter a consciência que dificilmente a escolha irá agradar a todos. Com toda a informação que temos ao nosso dispor, inclusive listas com esse propósito específico, é um erro pensar que a decisão é fácil se pensarmos: no número pessoas que vão jantar; na localização do restaurante; no seu horário; na política de reservas; por aí em diante.
E mesmo que não pensemos muito nas restrições, podemos dar as boas vindas ao paradoxo da escolha.
Recentemente, tive a meu cargo a escolha do restaurante para um jantar de colegas de trabalho.
Ora, temos sempre aquela (ou aquelas) pessoas com um orçamento reduzido e que esperam que o jantar seja bom mas, claro, uma pechincha. Esta restrição retira logo muitas opções do leque inicial que, não sendo necessariamente caras, podem ir além do esperado.
Temos também de considerar a localização. Sendo o jantar a um dia de semana, e trabalhando dentro de Lisboa, a opção lógica terá de se situar também ela em Lisboa. O ideal é mesmo o grupo ir de transportes públicos para o restaurante, de modo a evitar que todos tenhamos de esperar por aquela pessoa que ficou presa no trânsito.
Não menos importante, é que o restaurante aceite reservas. Está fora de questão haver sequer a possibilidade de bater com o nariz na porta, ou fazer 10 ou mais pessoas esperar.
Outra questão a considerar trata-se da adaptação do restaurante ao ritmo de cada mesa. Para jantares de grupo, há sempre a possibilidade do convívio à mesa se arrastar por horas e horas, por isso é valorizado que os restaurantes não tenham pressa em despachar clientes, de modo a libertar a mesa para outras pessoas. Confesso que arrisquei neste capítulo, tendo seleccionado um restaurante que trabalha por turnos (a Empanaderia El Pibe), e que nos avisou de antemão que teríamos duas horas para usufruir da mesa. Se não estiver nos planos beber um copo mais tarde, esta pode muito bem ser um factor bloqueante.
Já para não falar das restrições alimentares, porque cada vez se torna mais comum ter no grupo uma ou mais pessoas que são vegetarianas/vegan/zero carne.
Para uma decisão mais sustentada, é recomendável optar por um restaurante que já tenhamos visitado anteriormente, o que nos permite ter uma noção exacta da qualidade da comida, e se o ambiente encaixa no convívio pretendido. Eu, que adoro conhecer novos restaurantes e tenho por hábito fazer uma shortlist quando convido um amigo para jantar, acabo por fazer o raciocínio inverso nestas circunstâncias.
Como podem ver, são várias as condicionantes a ter em conta. Mas podemos garantir que as empanadas da Empanaderia El Pibe valem a pena, dignificando as figuras sul-americanas representadas na ementa e na própria decoração do restaurante. Tudo por um preço justo e acessível que, sem grande esforço, fica abaixo dos 10€.
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