RAMIRO

Para variar um pouco, este artigo não se debruça sobre um restaurante exótico, ou uma nova descoberta no panorama gastronómico lisboeta. É uma declaração de amor a uma das mais prestigiadas casas de Lisboa, e a primeira que nos vem à cabeça quando o assunto é marisco: O Ramiro.

Até à data visitei o Ramiro por três ocasiões, todas elas marcando momentos importantes. A primeira, quando uma amiga de Macau, amante da boa comida, visitava a cidade (diga-se de passagem que ela se sentiu em casa, uma vez que a quantidade de clientes orientais é por demais evidente). A segunda, um jantar de despedida de uma colega que abandonou o país, sendo o Ramiro o seu favorito. Por fim, visitei há poucos dias para celebrar uma data especial. E pela primeira vez, sentei-me no piso superior, que tem a vantagem de ser mais tranquilo - mas sempre movimentado!

Estávamos ainda a organizar os nossos pertences, e já o pão torrado com manteiga seguia disparado para o centro da mesa - é surreal como uma coisa tão simples pode saber tão bem. O staff age em conformidade, com a inabalável confiança de quem sabe que tem um produto de excelência para oferecer, e que se não houver nenhum percalço de maior, irá certamente conquistar o cliente através da comida. Por essa razão, sentem-se à vontade para brincar e tratar-nos com a maior das informalidades (e nós agradecemos!)


Para começar o ataque ao marisco, Gambas al ajillo. Muito apuradas em termos de picante, mais que nas visitas anteriores - até porque é um obrigatório em cada visita - o que não é problema para quem tolera um bom piri-piri. É também uma boa oportunidade para conjugar o pão torrado com o molho de alho, fazendo já anteceder a necessidade de uma segunda vaga de pão.



Para finalizar a primeira parte, optámos pelo Presunto Pata Negra. Extremamente saboroso e nem precisa de ser fino porque se desfaz na boca, como é apanágio de um Presunto deste gabarito. Com ou sem pão, qualquer que seja o método usado para digerir esta preciosidade resulta invariavelmente num prazer sem limites.

(Escusado será dizer que todas estas iguarias foram acompanhadas por uma fresquíssima imperial)



Sedentos de mais amor em forma de comida, estávamos indecisos quanto ao que pedir de seguida. Das recomendações do querido staff, surgiu o Camarão Grelhado. Esteticamente perfeito, até porque é o prato escolhido para foto de capa do restaurante no Zomato, foi a grande surpresa da noite. Fácil de descascar e com um suave molho de manteiga, terá sido, provavelmente, o ponto alto da noite.



Também a figurar na segunda parte, a clássica Sapateira. Na nossa modesta opinião, não é algo que distinga o Ramiro dos demais lugares, sendo consistente mas não surpreendente. Mérito para facto de se arriscar no recheio da Sapateira, com poucos ou nenhuns aditivos como é o caso da Maionese, que é muito frequente encontrar.


Já com pouco espaço para o quer que seja, caminhámos para a sobremesa da casa. Não deixa de ser engraçado apresentar o dito cujo como sobremesa, mesmo após ficar celebrizado desta forma pelos mais diversos especialistas, tanto a nível nacional como internacional. Já chega de suspense: eis o Prego!



Saímos desta catedral do marisco e descemos a Almirante Reis de estômago e coração cheio, após esta bela refeição.


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